Há dias assim, pelo menos para mim

  



Há dias - dias como este, em que me detesto. 

Há dias - dias como este, em que não me suporto.

Estranho? Não. Há dias assim. Que ninguém me roube este direito - é meu! Reclamo-o. 

Anos e anos de não aprendizagem em cima deste esqueleto e sempre os mesmos erros. Sempre aquela estúpida mania de ir apagar fogos alheios de onde, sem exceção, saio com queimaduras de primeiro grau. 

Raios! 

Não consigo dominar aquela vontade infindável de continuar a acreditar no ser humano, que se revela a cada dia mais egoísta, menos empático. E como é duro de suportar a falta de empatia dos outros! Seja com a tua pessoa, seja com a tua vida ou de outrem. 

Então deparas-te, ainda surpresa, com a facilidade com que te largam a mão que tantas vezes estendeste!

Então, ainda te surpreendes com a displicência com que erguem a bandeira da amizade para te iludirem, dizendo que o melhor para ti afinal é tão só o melhor para eles. 

Hoje quero fugir! Para bem longe. Para um local onde não me sinta usada; onde possa estar só e, finalmente, aprender a considerar-me. Aprender a dizer-me: tu também contas! Anseio um dia chegar a esse lugar. Mas, por ora, estou sentada no meu sofá. Seguro o comando da minha televisão, mas as minhas lágrimas não! Espero por um milagre. Quiçá, um dos zappings que faço, repetidamente, me coloque naquele local e me reerga destas tristes memórias. 

 

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