O Novo Prémio Nobel
Gostaria que existisse o Prémio Nobel da Paz de Espírito.
Eu sei que os avanços são sempre bem-vindos e necessários nas áreas da Medicina, da Economia, da Literatura, da Física e Química.
É claro que irei ouvir dizer não entenderem a minha preocupação até porque já existe o Prémio Nobel da Paz.
E eu só vos posso responder: EXISTE MAS NÃO É A MESMA COISA.
Todos sabemos que os prémios Nobel são atribuídos àqueles que durante o ano anterior prestaram um valioso contributo à humanidade naquelas áreas.
E o que é a Humanidade senão a conjunto de todos os seres humanos do mundo? Biliões de pessoas, certo?
E o que é ser humano?
É por definição um ser vivo compreensivo, sensível, bondoso, carinhoso.
Mas, lembram-se?!
Estamos na era dos workaholics.
Trabalham e trabalham.
Não vivem.
Ou “vivem” em permanente estado de ansiedade, numa luta contra o tempo, como se este fosse uma corrida de obstáculos que aqueles têm sempre que ganhar.
Stressam, muito.
Dormem, pouco.
É certo que temos de avançar nas descobertas em todas aquelas áreas, para haver progresso e maior qualidade e esperança de vida.
Mas para isso, enfiamo-nos dias e anos em salas, gabinetes, automóveis, transportes públicos...
Corremos mundo porque a era é a da globalização.
É urgente aprendermos mais e trabalhar mundo afora.
Temos que saber o que e como se faz no País X e no Y, e assim sucessivamente.
O mundo não pode parar.
O mundo tem de evoluir.
Mas, para isso, deixamos para trás a família e os amigos.
Pior, deixámo-nos a nós.
E os laços familiares naturais ou adquiridos não resistem, vão-se diluindo como água escorrendo por entre os dedos das mãos.
E isso dói.
Muito.
Fere.
Corta-os.
Afasta-nos.
Faz-nos olhar para trás e perceber que quase nada do que fizemos, faz ou fez sentido.
Calculámos mal a rota da nossa vida.
E agora?!
Agora nada.
É aprender a calcorrear os caminhos de uma nova rota sem queixumes.
Mas se pudesse ser com Paz de espírito era ideal.
Nobel para Ela.
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