Liberdade

  

 

LIBERDADE

 

 

 

Hoje não é 25 de Abril - mas parece. 

Quando coloquei o pé na rua soube-me a LIBERDADE.

Mesmo de máscara - saboreei-a 

e permiti-me respirar - profunda e sentidamente.

O vento acariciou-me e eu entreguei-me.

Pedi-lhe: beija-me a face, afaga-me os cabelos, 

sou toda tua, faz de mim o que quiseres.

E ele fez. 

Fez-me feliz. 

De uma felicidade que já nem me recordava existir.

Deixei-me ir: pelas ruas da minha cidade.

E ela estava, ainda, mais linda!

E tinha gente! 

Muita gente!

Gente que era gente, 

que se cruzava, para trás e para a frente.

E só me apetecia dizer-lhes bem alto:

sejam todos, de novo, bem-vindos à VIDA!

 

 

Este ano vou festejar

duas vezes a LIBERDADE, 

uma a dezanove de abril

e outra a vinte cinco.

Sei: há liberdades e liberdades.

Mas todas elas sabem tão bem!

E todas elas nos fazem felizes.

 

Viva: a liberdade de existir.

Viva: a liberdade de sair.

Viva: a liberdade de ser gente.

Viva: a liberdade de não estar doente.

 

 

Hoje não é 25 de Abril - mas parece: 

cheirava a cravos na rua.

As casas tinham flores às janelas,

de todas as cores.

Parei para as admirar,

o vento regressou e acariciou-me, 

e assim, na eternidade, deixei-me ficar.

E os meus olhos brilharam, 

o colorido encantou o meu sorriso,

e ao ver tanta gente,

só me apetecia perguntar:

a que vos sabe este novo dia?

Sei a resposta que dariam:

LIBERDADE, LIBERDADE! 

 

 

Este ano vou festejar

duas vezes a LIBERDADE, 

uma a dezanove de abril

e outra a vinte cinco.

Sei: há liberdades e liberdades.

Mas todas elas sabem tão bem!

Todas elas nos fazem felizes.

 

Viva: a liberdade de existir.

Viva: a liberdade de sair.

Viva: a liberdade de ser gente.

Viva: a liberdade de não estar doente.

 

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