Resolução


Fez o que tinha a fazera partir daquele dia seguiu em frente.
Foi esta a sua resolução.
Estava – definitivamente – tomada.
Ponto final.
Parágrafo.
Podia ter optado por parar no tempo revivendo (e remoendo) as memórias do passado - os desgostos da vida, os sonhos por realizar, as desilusões com o ser humano.
Mas não mais olhou para trás.
Decidiu encarar a vida de frente – como se de uma tourada se tratasse - e logo ela que não era nada fã de touradas; mas fê-lo: porque tinha mesmo de o fazer.
Abriu o peito às balaslogo ela que odiava guerras -, como quem diz:
- Ó vida, tragas o que me trouxeres, independentemente de ser bom ou mau, estou cá para te receber.
Se for bom, vais ver-me regozijar de felicidade; mas se não for, não penses que vou desistir, esconder-me - ou sequer -, baixar os braços – longe disso (muito longe): pensou para si.
E lembrou-se – repetidamente - da imagem daquele frasco onde coube a areia, as pedras, a água (...) – e gritou bem alto:
Não mais me derrubas vida.
Ninguém mais me derruba.
Nada mais me derruba.
Não te esqueças que o passado foi o meu método de ensino; aprendi para nunca mais esquecer.
Convicta disse para si mesma: a partir de hoje serei mais FORTE. Serei o resultado do meu EU antigo, com o meu EU actual e com o EU que decidi ser para o meu futuro.
Serei aquele frasco com tudo o que lá dentro tem e, ainda, com tudo o que está para vir.
E o que vier: Ó vida, garanto-te que também aí caberá.
Ou quem sabe, por ser tão bom, transbordará e inundará o meu coração.
Nasceu um novo EU.
Parabéns a mim: pensou para si.
Sorriu: submersa em esperança. 

Texto de Autoria de Lurdes Mesquita Babo 

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