TODO O TEMPO DO MUNDO.



  
Não tinha percebido que ainda havia tempo.
“Tempo” era uma das expressões que tinha, definitivamente, riscado do meu dicionário.
Aliás, era da minha expressa vontade que ele não existisse.
Parei-o.
Matei-o.
Até hoje, dia em que o decidi voltar a chamar, bem de mansinho, para a minha vida.
Porque percebi que...
... ainda vou a tempo,
de me amar.
Ainda vou a tempo de te amar.
Ainda vou a tempo de vos amar.
Ainda vou a tempo de ser amada.
Ainda vou a tempo de me respeitar.
Ainda vou a tempo de te respeitar.
Ainda vou a tempo de vos respeitar.
Ainda vou a tempo de ser respeitada.
Ainda vou a tempo de construir pontes,
porque chega de demolições nas nossas vidas.
Ainda vou a tempo de olhar para o vosso mapa,
porque agora entendo que o meu, (como o vosso)
não é – definitivamente - o mapa mundo.
Ainda vou a tempo de me perguntar
o que de errado estou a fazer.
Ainda vou a tempo de te perguntar
o que de errado estás a fazer.
Ainda vou a tempo de vos perguntar
o que de errado estão fazendo.
Ainda vou a tempo de me questionar
sobre o que posso fazer para melhorar.
Ainda vou a tempo de te questionar
sobre o que podes fazer para melhorares.
Ainda vou a tempo de vos questionar
sobre o que podem fazer para melhorarem.
Ainda vou a tempo de sorrir,
e de te (vos) fazer rir como outrora.
Vós, ainda estais a tempo, de voltar a sorrir comigo.
Ainda estamos a tempo de rirmos juntos.
Acabei de por o tempo de novo em movimento,
a rolar como deve sobre os carris da vida.
Ainda vou a tempo de perceber que me
(nos) sobra tanto, mas tanto tempo,
para juntos fazermos tantas descobertas.
Ressuscitei o tempo,
porque acima de tudo percebi – mesmo – que..
                            ... ainda vou a tempo.
 

Texto de autoria de Lurdes Mesquita Babo.

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