Somos Todos Pessoas?
- Somos todos
pessoas?
- A resposta pode ser
afirmativa, desde que aceitemos que todas elas têm diferentes personalidades e
características.
Existem tantas
personalidades dentro de nós, tão diversas, que poderíamos até chamar-
- lhes heterónimos, como fez o poeta Fernando Pessoa. Ou antes, semi-heterónimos.
Ou, apenas, meros
pseudónimos.
Todos eles são abrigos
onde podemos esconder o nosso verdadeiro eu.
Existem pessoas que
se refugiam atrás de quem aparentam ser, mas que não o são, nem nunca serão.
Nem
avistadas de longe, nem de perto.
E se há aquelas
bondosas por natureza, também há as que destilam veneno. Estas são mestres do disfarce e
da mentira. E fazem-no tão
bem, que frequentemente erramos no julgamento que fazemos de cada uma delas e
de quem à sua volta gravita. Por vezes levámos uma vida inteira para o
descobrir; outras nunca chegamos a sabê-lo!
Depois há as
pessoas solidárias, as solitárias… Enfim, e muitas mais, de muitas formas e
feitios. Mas, independentemente disso, todas elas têm dois denominadores
comuns: o nascimento e a morte -
e como são
eles esquecidos em vida!
Há as que agem como
se a sua vida não se tivesse iniciado pelo nascimento, mas fossem provenientes de
um Ser Superior.
Outras vivenciam-na
como se a morte fosse exclusiva apenas de algumas pessoas, (nunca delas).
Vivem a sua vida
numa bolha de egoísmo que rebenta, para voltar a encher, no preciso momento em que
bem lhes interessa.
Não obstante, pasme-se: acham-se o cúmulo humano da generosidade.
Porque
cegas pelo amor único por si mesmas, ousam, ainda assim, inventar que vivem em
exclusivo para os outros.
Não percebem - ou, então, fazem de
conta – que as outras pessoas assumem para elas a forma do seu gigante umbigo.
Por isso reflicto e
interrogo-me:
- Serão estas
pessoas, verdadeiramente, pessoas?
Texto de autoria de Lurdes Mesquita Babo
Texto de autoria de Lurdes Mesquita Babo
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