Inesquecível
Aeroporto do Porto: 23-05-2003.
Porta de embarque, do último avião, com destino a Sevilha.
O problema é as avarias serem lá em cima e as oficinas cá em baixo.
Irra!
Pés em terra firme.
Finalmente!
Um autocarro é invadido por uma súcia de sonhadores portugueses.
Ao estacioná-lo, alguém atira ao guia uma pergunta:
- A camioneta vai estar neste local, no fim do jogo?
- Óbvio.
- Olhe que em Itália foi um problema.
Ouvem-se vozes:
- Ó homem é surdo?
- Bora, que já se faz tarde! Estou com fome de comida e de vitória. Bamos!
O adepto avisado e prevenido, educadamente, calou-se.
Nós, como sói dizer-se por cá, decidimos enfardar. Também já eram quatro da tarde. Entramos num restaurante mas nuestros hermanos já só pensavam na siesta.
- Táxi?
Mentira transformada em verdade, a troco de uma bela maquia.
Comemos, (taxista incluído), as melhores tapas da minha vida.
Olha, o Estádio Olímpico!
Um mar de gente!
Loucura total.
Quarenta graus de temperatura ambiente e já só há sumo de laranja?
Destilávamos diaforese.
Felizmente, ofereceram-me toalhitas de bebé, para me refrescar.
Saímos do Estádio, passo a passo, porque a sola do nosso calçado
grudava-se ao chão.
Tanto sumo, suor e lágrimas (de felicidade) derramados.
grudava-se ao chão.
Tanto sumo, suor e lágrimas (de felicidade) derramados.
Autocarro à vista!
Ups! Era verde. Lá dentro adeptos que falavam inglês.
Toca a sair. É do Celtic!
Cá fora, népia de autocarros portugueses.
Polícia, sí. Please, to Aeropuerto? No.
Toca a andar.
Pé na tábua, logo se vê.
Um hotel e uma guia turística ao serviço de uma rádio portuguesa?
Fez-se luz. Bolearam-nos, eram gajos lisboetas fixes.
Ainda tentei o WC.
O meu nome? Última chamada?
Volé aeropuerto fuera.
O avião rebentava de orgulho no clube, jogadores e treinador.
Cheguei afónica e confesso um pouco molhada.
Mas festa é festa, carago!
Viva o FCP!
Viva Portugal!
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