Perdidos

A quem nunca aconteceu ver algo com os seus próprios olhos e desmentirem-no de caras?
Não há nada pior, não é?
E os loucos, ainda por cima, são os quem vêem!
Porque não viram nada do que realmente viram.
Têm é uma imaginação demasiado fértil.
É que as pessoas não percebem que não se vê apenas. Também se sente!
E quando se junta o sentir à visão, não caiam no erro de nos chamarem mentirosos e loucos, não!
Não vale a pena.
As coisas são como são.
O que vimos? Foi a realidade que nos mostrou.
O que sentimos? Vem de dentro do peito e é tão forte que parece querer levar-nos junto o coração.
E quando tentamos falar no assunto o momento, por vezes, torna-se até cómico (pena não sê-lo de verdade).
As desculpas esfarrapadas tocam os limites do ridículo e da dor. E, como se não bastasse ainda, quantas vezes, desconversam, dizendo: “A conversa não era interessante”.
Então pensamos: o que falamos socialmente não tem interesse? Pretendem arrasar mais e mais a nossa auto-estima? Esta já de si, tantas vezes, tão arrasada, coitada!
Percebemos, então, que mais vale esclarecer o assunto. E o que recebemos de resposta?
Um não assunto! 
Falem o que quiserem, pensem  o que bem entenderem, façam o que quiserem...
E do não assunto passamos à fase do silêncio.
Ninguém diz nada, ninguém abre a boca: assunto tabu.
O silêncio torna-se o Imperador nesta história.
E nós voltamos a pensar: não sabemos mesmo falar, socializar, seja em que contexto for.
Afinal nós não sabemos nada. 
Não somos nada, não valemos nada.
E a auto-estima, já de si arrasada, desaba!
Então como alguém diria, mas a contrario sensuOs burros somos – efectivamente - nós!
Por isso, urge mudar tal situação
Mas como devemos fazê-lo?
E se nós escrevêssemos num papel a proposta de resolução para um panorama destes?
Óbvio que temos que a dar a ler aos nossos interlocutores.
Mas eles não lêem ou não querem ler.
Então concluímos: Por onde andas tu amigo, amor, familiar (...)?
Que caminho é esse que encetaste fazer?
Por que razão calcorreamos diferentes pedras da calçada? E qual a razão porque seguimos por becos, ruas e travessas diversas?
Onde foi que nos perdemos?
É possível, ainda, reencontrarmos?

Autora: Lurdes Mesquita Babo.

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