Também há dias assim
Na praia.
Sem vento.
Calor q.b.
Fechei os olhos, por segundos, como
querendo degustar aquele momento.
Nesse instante avistei uma mancha uniforme,
cor-de-laranja.
Então percebi a vontade daquele pôr-do-sol,
naquele fim de tarde de Verão: queria
abraçar-me e embalar-me, levando-me até si.
Aí chegada, foi-me concedida uma visão
privilegiada da praia.
Gente para além de q.b.
Mas praia que se preze no Verão é assim!
A junção das cores dos biquínis, fatos-de-banho,
calções, saídas e toalhas de praia, dos
chapéus de sol, dos colchões das espreguiçadeiras
e do verde da bandeira formavam um dos mais
belos arcos-íris que os meus olhos alguma vez
conseguiram avistar.
Também o mar estava incrivelmente sereno,
fazendo inveja a qualquer coração.
E a pele de quem nele se banhava vestia-se de algas marinhas
verdes,
de um verde que não consegui identificar, mas que era apaixonante.
Nos braços desse mesmo pôr-do-sol tinha
igualmente uma visão privilegiada do céu, de
um azul indescritível aqui e ali matizado de branco.
Então ergui a cabeça, abri os meus braços
na direcção do céu e agradeci,
pelo dia e por aquele momento.
Não me perguntem a
quem ou a quê.
Simplesmente agradeci.
Pelo facto de eu, como
outros, termos a
felicidade de
desfrutar dias assim.
Texto de Autoria de Lurdes Mesquita Babo
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