Depressão.
Como dói!
É uma dor tão intensa, similar ao ataque das garras de um leão, desfaz-te a carne e rasga-te o coração!
Tu sentes a dor e dela te alimentas.
Não percebes como o bicho te escolheu.
Mas lá está ele, provocando-te um enorme sofrimento, sem te dizer as razões da sua ciência e da sua opção.
Porquê a ti?
Como arrancar esse animal dentro do teu peito?
No meu caso, já lá vão três anos de luta inglória!
E os conselhos que te dão?
(Desculpem, vou ali vomitar e já volto...).
Levanta-te!
Sai do quarto!
Vive a vida!
Sai de casa!
Tu não tens problemas!
Olha para A, para o B...
Please, leave me alone!
Deixem-me em paz!
Também vocês contribuem para o meu estado, por razões de diversa ordem, nomeadamente, por NADA compreenderem desta doença.
Depressão Agravada: nunca ouviram?
Nunca leram nada sobre ela?
Sinto-me, profundamente, sozinha. E assim quero estar.
Solidão, palavra de ordem. Só tenho de aprender a viver com ela!
Dói tão intensamente, que só quero desaparecer.
Como li há pouco tempo: “vive-se o namoro da morte”.
Se não querem ajudar, deixem-me namorar!
Se me caso ou não, logo se verá.
Parece uma merda de uma competição, para ver quem sofre mais.
Não se trata de vós!
Ninguém vos quer magoar.
Trata-se de cuidar de uma doença depressiva, severa e prolongada.
E se ela não for tratável?
A decisão é só minha!
Ou continuo a namorar a morte.
Ou caso-me, de uma vez por todas, com ela.
Sei, tenho de me decidir.
Que bom seria voltar a pôr um sorriso nestes meus lábios envelhecidos!
Mas falta-me a vontade... para tudo.
Talvez fazer voluntariado me ajudasse nesta lancinante indecisão.
Vou pensar (se conseguir).
Quiçá, talvez tentar.
É que, na verdade, casar até está fora de moda.
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