Sonho ou Pesadelo?


Estavam todos tão entusiasmados com a abertura do restaurante!
Apostavam todas as fichas no seu sucesso. 
Acordavam e deitavam-se a pensar nele. 
Sonhavam com a sua abertura.
Como era bonito de se ver: todos unidos em volta da concretização do sonho de Maria.
Até Catarina, com apenas doze anos, não saía de lá. Ida e volta na sua bicicleta, envolta num laço cor-de-rosa, a exibir-se como presente de aniversário. 
Falta de consenso, só quanto ao nome. Já tinham rido, a bandeiras despregadas, com as sugestões: pizza voadoraomelete saltitante, minhocas à bolonhesa, boca de pipo, quem fica fora não entra... 
Tão estapafúrdias que não era de admirar ser aquele apelidado de “o restaurante sem nome”. Mas todos acreditavam que, num momento de inspiração familiar, a sonante denominação havia de surgir.
No início dessa tarde, Maria decidiu ir com a sua amiga Joana às compras para o restaurante. Avisou a filha, Catarina, dizendo-lhe que não demorariam muito. Catarina disse que preferia andar um pouco de bicicleta com os seus amigos. O normal na sua idade. Maria, acedeu, feliz pelas suas amizades. 
Catarina teria de voltar quando chegassem das compras. 
Quando regressavam, Joana chamou a atenção de Maria para um amigo de Catarina que tripulava a sua bicicleta. 
Maria questionou-a se sabia quantas bicicletas iguais à da filha havia.
- Com laço rosa?- perguntou-lhe Joana.
Maria não deu importância.
Mas às dezanove horas, nem um sinal de Catarina.
Maria foi no seu encalço. 
Encontrou o amigo da filha: procurava Catarina para trocarem as bicicletas
Imediatamente, Maria pediu ajuda. 
Todos a procuraram sem sucesso. 
Catarina foi dada oficialmente como desaparecida às vinte e três horas.
Já passava da meia-noite quando a bicicleta do amigo apareceu num descampado, não muito longe do restaurante. 
Mas de Catarina: nada!
E se Maria tivesse ouvido Joana?


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