Quem sou eu?

Sou a proibição que te impede de avançar,
o STOP que te obriga a olhar,
aquele mal-estar
que transporta o teu pesar. 

Estou despido de coragem,
sou a dor na tatuagem,
posso ser a tua dosagem
ou o pássaro na fuselagem.

Sou a forma da solidão,
e o que te tem aversão,
há quem me chame sanção,
ou também penalização.

Dizem que sou a claustrofobia,
mas também necrofobia,
sou o oposto da alegria
e quem me apelide de anorexia.

Sou contra a felicidade,
sou o passar da idade,
sou aquela adversidade
e a causa de instabilidade.

Tenho a cor da negritude,
o sabor a inquietude,
sou aquela vicissitude
e o fim da juventude.

Sou o aluno no dia do exame,
o resultado do vexame,
sou aquela tempestade,
a quem chamam de saudade.

Tenho o formato de dependência,
sou consequência da negligência,
sou a marcha de emergência
e o doente na sala de urgência.

Sou a mão que aperta a garganta,
sou aquela Guerra-Santa,
o atentado em Atlanta
e o terror que se agiganta.

Quem sou eu?
Não sabes?


E o que é o medo?
Só sei que o medo é sempre diferente, assumindo várias formas, consoante a gente.
Só sei que o medo é cruel, bloqueia-nos as forças e arranca-nos dor da pele.
Só sei que o medo é uma constante, começa com o choro do bebé e só termina no nosso último instante.



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