Falar de Amor

  

Falei-te naquele dia que te amava. Como resposta devolveste-me um muro de silêncio. Achei-me capaz de derrubá-lo: pedra por pedra - com a força dos meus vocábulos. Ilusão pura! 

Tu, mesmo mudo, fizeste-me ver que o meu léxico não vale nada. Mostraste-me que o meu amor era de sentido único. 

E eu percebi: que o frio na minha barriga não era o teu; que eu não sou o teu sapato; e que tu não és a minha vontade de dançar

Mas não faz mal, porque afinal, mais vale amar sozinho que não amar. 

Eu sei: este amor-solidão não dura para sempre. Contigo – ou sem ti –, em determinada ocasião, ele transformar-se-á numa via de dois sentidos, em que alguém entrará na minha direção. Então eu poderei dizer ao mundo, o quanto AMAR é bom e bonito!

 

Passaram-se meses até que me falaste. Disseste-te arrependido. Apelidaste-te de idiota. Afinal o que sentias era amor: confessaste. Também pediste perdão e a hipótese de recomeço. Mas a tua chance seria o meu duplo erro. Não, meu querido! Eu não vivo do passado. E com ele aprendi a não cometer as mesmas falhas no futuro. Tu, no meu amanhã? Jamais! - tem paciência, mas já não cabes lá. 

 

No meu horizonte, sabes o que avisto? 

Eu vejo dias de sol. Eu sinto o calor. Eu vejo dias de mar. Eu sinto o odor a maresia e a sal. Eu oiço a música a tocar. Eu vejo o pôr-do-sol e o arco-íris. Eu sinto o perfume das flores. Eu vejo as estrelas e a lua. Eu saboreio felicidade. Eu vejo alguém na minha casa, no meu quarto, na minha cama. Eu vejo abraços, sorrisos e mãos dadas. Eu sinto os beijos. Sim, no meu futuro, eu vejo um novo Amor.

Comentários

Enviar um comentário

Mensagens populares