Um sonho chamado Esperança

  

 

Era uma vez um sonho. Um sonho repetidamente sonhado há quase um ano. A sua repetição não causa qualquer estranheza. Causa, outrossim, ansiedade, o desejo da sua concretização. É um sonho confinado. Um sonho que aspira libertação. 

 

Era uma vez um sonho. Um sonho que veio em forma de despedida. Um sonho com memória. Um sonho ensaio de vivências diferentes. Um sonho chamado aprendizagem.

 

Era uma vez um sonho. Um sonho daqueles que nos traz boas recordações quando acordamos. Um sonho sonhado em quarentena. Um sonho que joga fora o cadeado da prisão e concede liberdade.

 

Era uma vez um sonho. Um sonho que chegou como arma de combate à tristeza e solidão. Um sonho que se revelou contra a depressão. 

 

Era uma vez...

 

um sonho que veio para regular a energia psíquica e estabilizar a saúde mental. Aquele que é prenúncio de algo novo que está para vir; que dá espaço à vida; aquele que nos diz: confia que a vida voltará ao seu curso normal.

 

Era uma vez...

 

um sonho que impede a contaminação; que permite abraços e beijos; que libera as saídas de casa; que autoriza banhos de sol; que é a favor da natureza, do exercício físico e contra espaços reduzidos.

 

Era uma vez...

 

um sonho que permite fazer atividades simples como dar longos passeios, ir às compras, visitar um parente ou ir à farmácia - SEM MEDO. Um sonho que é contra o protocolo do distanciamento e da higiene; que reposiciona a morte no seu lugar, diminuindo os seus números; um sonho que permite despedidas.

 

Era uma vez...

 

um sonho que admite viagens. Um sonho que é a favor da livre circulação e da globalização. Um sonho que pratica os verbos beijar, abraçar e amar.

 

 

Era uma vez....

 

 um sonho chamado Esperança.