O pesadelo

  

O processo.

The special one.

O mais controverso.

O mais mediático.

O inédito.

O que começou com uma nomeação sui generis do juiz - the special judge.

Aquele onde ninguém se entende! Mas devia! - porque todos esperávamos que dele surgisse o exemplo mor. 

Começam por imputar a um ex-primeiro-ministro crimes de corrupção passiva, branqueamento de capitais, falsificação de documentos e fraude fiscal. 

Depois, como quem não quer a coisa, tentam doutrinar-nos sobre a existência de amigos que são de outra linhagem, daqueles que só sabem estender a mão, que emprestam sem nunca exigir devolução. Amigos imaginários – creio eu! 

A seguir, esfregam-nos na cara que os nossos primos não valem nada! Não nos emprestam moradias na praia, não fazem transferências para as nossas contas bancárias. Ora, que se lixe tão reles primalhada! 

É tudo tão incomum!

Tentam-nos catequizar. Mas, como as crianças da catequese, nós também fazemos perguntas:

- Entãa conta bancária tinha sempre saldo negativo que ele cobria com transferências da mãe, do primo e de um tio? E em 2011, pobre coitado, teve de pedir um empréstimo bancário de 120 mil euros para ir estudar para Paris? Só que, a miserável, só durou um ano. E, no seguinte, teve de viver apenas por conta de 450 mil euros que a mãe lhe deu, depois de vender uma casa que tinha em Lisboa. A mesma mãe que antes já tinha com ele partilhado a herança do avô de cinco milhões.      

Merda! 

Parem! 

Que baralhação! 

Estão-me a confundir os neurónios! 

Só que, a coisa não parou. Deu-se a aparição de São Ivo – que nos intitulou de especulativos e fantasiosos. 

 

Bolas, que susto! 

De repente, acordei do pesadelo. 

Imaginem lá se fosse verdade! 

Despertei precisamente no momento de um abraço coletivo entre o juiz, o santo e o desgraçado. 

 

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