Viagem

Hoje vou voar 
trezentos quilómetros...
Uma imensidão de metros,
só para te poder raptar.

Na Praça do Comércio irei pousar para, de braço dado, 
ter o benefício de contigo voar.

O azul mais belo irei-te mostrar
e a segurança, em modo de elo,
não te irá faltar.

Em forma circular
um bando de pombas. 
A nossa festa de arromba,
irão vigiar. 

Havemos de percorrer os céus de Lisboa,
até nos do Porto vir aterrar
à toa.

Apesar da adversidade, 
o farol que se avista,
irá matar a nossa saudade,
por ser tão fatalista.

Enquanto te delicias com essas belezas perfeccionistas,
das paisagens que sobrevoámos,
mais do nosso olhar comungamos. 

Assim tenho de recusar 
as tuas belas fácies,
parar de mirar.

Nem eu, 
no meu melhor sonho, 
imaginaria um apogeu, 
tão risonho.

O que é bom,
nem sempre dura…
À Invicta chegámos,
a barreira do som ultrapassamos.

Eu sei quanto a amas, 
o quanto o proclamas!
Sei nunca te cansares, 
de tanto o citares. 

Mas tens de concordar,
que outros quinhentos são
de nuvem em nuvem a namorar,
a sua beleza assume outra proporção.

Promessa do Norte!
É igual à palavra forte.
Tens, pois, de regressar
no mesmo transporte te irei levar.

Mataste a saudade?
A do Norte? 
Mas não é só essa que existe,
desde que para o Sul fugiste.

Para lá te levarei,
no mesmo sítio te largarei. 
Acalmarás a arritmia deste coração,
sussurrando-me a razão de tal adoração.

Como consegues dividi-lo em dois?
É segredo que agora não sei. 
Terá que ficar para depois, 
pois jamais digas desta água não beberei. 

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