Errar
O meu erro foi desconhecer a etimologia da palavra pois, quando sabemos o que está na origem, é muito mais fácil não derrapar no fim. Cometi-o em solidão e esqueci-me que é na partilha das imperfeições que nos tornamos mais humanos.
Por isso,
duvidei de ti
enchi-me de certezas minhas,
formei inúmeros juízos (infundados) de opinião.
Mea culpa, mea culpa!
Sei que errei ao não colocar em prática o critério filosófico da verdade: então verbalizei o que não vi, olvidei a auto-crítica, fui cético e dogmático. Não me quis perder nos caminhos da busca da verdade, preferi a arte de pensar e criei suposições - de que as coisas eram exatamente o contrário do que efetivamente são. E assim incorri em erro: não sei se erro-vício ou erro-obstáculo mas, certamente, foi um erro essencial - capaz de invalidar um qualquer negócio jurídico, incluso aquele contrato que apelidam de casamento. Assumo: foi um erro repleto de ignorância, um erro absoluto, responsável pelo insucesso pelo qual me penitencio e responsabilizo.
Mas e depois de o cometer, o que se deve fazer?
Pedir perdão para sarar a ferida provocada num outro coração.
Preparar-se para não ser perdoado.
Não entrar em negação.
Não ter pena de si mesmo.
Não apontar culpados.
Afagar a própria culpa.
Assumir que perfeição não existe.
Não temer o fracasso.
Aceitar quem somos e como somos.
Agarrar nas cinzas e delas renascer.
Não desistir.
Seguir adiante.
Ser tolerante:
porque errar é, acima de tudo, um eterno processo de aprendizagem.
E afinal saberemos que nem tudo foi em vão.
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