Proibido exigir mais

  

O confinamento assustava-a – tinha de admitir. Preocupava-se com o mundo em suspenso. Questionava-se sobre o que aconteceria quando o universo voltasse a acordar. Apostava que mais de metade das empresas que estavam fechadas não reabririam. E a sua atividade profissional, completamente parada, também lhe tirava horas de sono.  Não se podia conformar. Tinha de fazer algo pelo seu futuro! Inúmeras ideias começaram a fervilhar na sua mente. Ainda que sozinha, tinha de se aventurar. Não era de ficar parada, à espera de tudo, de todos e, ao mesmo tempo, de nada. Porque nada - nada era o que ela temia que se podia avizinhar.

Daí para a frente passou a ser ela e os seus pensamentos: sementes que germinavam. Seguiu-se a fotossíntese (a dar-se) e o projeto (encetando os seus primeiros passos). As cortinas abriram-se. No palco da vida: apenas ela. Começou pelo primeiro ato: batizar o plano. Passou para o segundo: deliberar sobre os seus destinatários. Seguiu-se o terceiro: em pleno século XXI deitar os dedos às redes sociais. Aqui deparou-se com um project stop, porquanto ela só percebia da poda na ótica do utilizador. Nesta paragem deu por si a rir-se da sua ignorância. Mas decidiu que esta não a venceria. Saiu da encruzilhada para o quarto ato intitulado de “recorrer a quem saiba”. 

Ela era acreditava- em si. Era crente e adepta do positivismo. A vida, para ela, era doce. Alguns próximos não só não lhe viravam as costas como lhe davam a mão. E o plano avançou. O bebé nasceu. Cresce agora ao seu ritmo normal. Como vai ser? O que vai ser? Só o futuro o dirá. Mas pelo menos ela tentou. Não lhe exijam mais.  

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