Mudar? Só quando dois querem

             É que é mesmo caso para dizer: bolas! – parece parvo. Deu-lhe para isto! 

          Que se lhe há de fazer? – nada!  Logo ele que já nasceu com a tonteria toda - não tem remédio!

Para de me atirar contra a parede – gritou ao Gato Camões. Queres ver que este também quer que eu perca um olho? Ainda vou ter que usar uma pala! – era só o que me faltava. 

Sei apenas que me vês como um objeto do teu prazer; julgas-te meu Amo e Senhor, mas isso foi chão que já deu uvas. Enquanto percorro este piso também marco o meu território. Cada vez que me lanças mais, melhor conheço todos os seus cantos e esquinas; mais descubro por onde queres que vá e para onde queres ir. Rio-me, perdidamente, porque pensas que eu viajo pelo mapa que tu criaste. Mas eu trilho, exatamente, os caminhos que EU quero. 

Como te enganas, se pensas que fazes de mim gato sapato! 

Eu aprendi a desviar-me dos obstáculos da vida, tornei-me mestre a contorná-los; aprendi a enfrentar as suas dificuldades e agora é ver-nos, às duas, de braço dado. 

E tu, não te cansas deste jogo repetitivo? Fazer sempre o mesmo não desenvolve o intelecto - por isso é que continuas sempre igual. Não evoluíste: nem mental, nem emocionalmente. 

Podíamos fazer tantas outras coisas juntas! 

Trocar o repetitivo pelo criativo: que dizes? 

Não?

É essa a tua resposta final? 

Continua então nas tuas malucas correrias, enquanto eu me divirto com as tuas patetices. Bem, pelos menos, fazes exercício físico e não engordas. Mas fica um vazio enorme, com tanto que podia ser preenchido. Assim ambos o desejássemos. É que para mudar o rumo do jogo, para nos aventurar-nos, só mesmo os dois o querendo e tu, com muita pena minha, não queres!

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