Apenas...Mulher
Apenas... Mulher
Havia uma mulher
que diziam ser de ferro.
Havia uma mulher
que diziam ser uma guerreira, por terem sido tantas as batalhas da vida que
tinha vencido.
Havia quem lhe
chamasse “mãe coragem” por estar sempre presente e disponível para os filhos.
Diziam que era uma
boa companheira por cuidar do seu companheiro, como se de outro filho se
tratasse. Escolhia-lhe o que comer, o que vestir, o que calçar.
Ainda lhe diziam
ser boa pessoa por não saber dizer “não” aos outros.
Mas, quando aquela
mulher se olhava ao espelho, não via nada disso lá refletido.
Era como se a
sua vida se pudesse resumir a um simples cartoon,
como se aquele espelho estivesse repleto de balões com pensamentos antónimos.
Enfim, havia uma
linha imaginária feita do sentir (de cada um dos seus lados), que a
transformava em duas mulheres - uma amada, outra odiada (e que se odiava).
Havia uma mulher
que se sentia de vidro, etiquetada de «frágil».
Havia uma mulher
prostrada numa trincheira de uma das muitas guerras que combateu.
Havia uma mãe
que não tinha coragem para deixar os seus filhos voar.
Havia uma mulher
que era mãe, ao invés de ser mulher do seu homem.
Havia uma mulher
que era péssima pessoa, daquelas que constantemente gritam NÃO aos seus sonhos,
anseios e desejos.
A mulher teve
então uma ideia, misturar as duas num pote de magia, pensando que talvez saísse
de lá uma outra mulher.
Seguiu religiosamente
a “cartilha”, misturou tudo muito bem misturado, com uma enorme colher de
esperança, não se esquecendo dos pós mágicos, das rezas e mezinhas.
Dessa mistura
resultou (como que por magia), a morte daquelas mulheres e o (re)nascimento doutra
<que era aquilo que era>.
E ela percebeu
que, enquanto não nos aceitarmos tal como somos, nunca seremos felizes; e que quando o decidirmos fazer, poderá ser,
TARDE DEMAIS.
Texto da autoria de
Lurdes Mesquita Babo
Lurdes Mesquita Babo
Lindo
ResponderEliminarObrigada 🌺🍀
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