Fere-me o medo.

Fere-me o medo.
Aquele medo da loucura insana dos políticos à frente do destino de tantas Nações.
Fere-me o medo... da inconsciência daqueles que, como eu, estão igualmente feridos por ele, mas, ainda assim, aí os colocam. Como se eles alguma vez pudessem ser os timoneiros de poderosas Nações! Ah, nem mesmo nos nossos melhores sonhos.
Fere-me os sentidos – parem - as barbáries que tais responsáveis me obrigam ouvir e a ter de ficar em permanente estado alerta com medo que as pratiquem. Fere-me o medo... ter de desacreditar no ser humano. E aqui chegados, nada mais resta. Já não é só o medo que nos petrifica porque - o medo que fere - alimenta-se da nossa mera existência.
O medo que me fere – grita! - não quer muros quer, outrossim, cadeados humanos de união.
O medo que me fere – clama! - não quer guerras, nem refugiados, não quer fronteiras, quer sim um lugar onde possamos todos (con) viver.
Matemos todos o medo que nos fere. E, façamo-lo, derrubando muros, eliminando fronteiras e campos de refugiados. A terra é só uma, mesmo redonda, tem lugar para todos. Aproveitemos a oportunidade de o fazer, com as minhas mãos, as tuas, as dele, as vossas... de todos nós seres humanos (jamais “inhumanos”).
Abaixo os muros!
Abaixo as fronteiras!
Acabem as guerras e os campos de refugiados.
Ó medo que feres, considera-te morto, com o bando de pombas brancas que aqui acabo de largar.
Observa-o, vê como ele se dirige ao teu Deus, ao teu Alá, ao teu Ser Supremo e os rodeia num abraço enorme de paz e esperança por um mundo melhor.
Suspiro profundamente. O medo já não me fere. Voltei a acreditar na Humanidade.
Suspira tu, suspirai vós, de alívio, também.
Ainda que, por ora.

Texto da autoria de
Lurdes Mesquita Babo






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