Oh, vida injustiçada...


É sempre a mesma m.... - perdoem-me este desabafo.

Mas porque raios exigimos – sempre - mais da vida?!
Ela – a vida- que nos serve de bandeja, pousando-nos no nosso órgão vital, sentimentos de rara beleza como o amor, a amizade e a felicidade.
Porque raios exigimos sempre mais?
Porque só nos contentamos com o permanente descontentamento?!
Mais é demais!
A frustração mata-nos por dentro.
O amor é aquele a quem pomos – sistematicamente - defeitos.
O amor é aquele com quem jogamos – vezes sem conta – ao jogo da mentira.
O amor com quem tropeçamos – em vez de parar - e seguimos viagem.
O amor que tantas vezes – tantas mesmo- nos inunda de felicidade e assim mesmo achamos sempre pouco.
E a culpa é sempre da vida - nunca é nossa, como também nunca é dos nossos demais.
Que raio de vida a minha, que sorte a nossa- são os nossos diários e cansativos queixumes.
Enquanto isto – a vida – segue viagem e nós nem já ao longe avistamos a sua carruagem.
Enquanto isto – a felicidade – escorrega-nos por entre os dedos da mão, entretanto encarquilhados pelo caminhar da vida, caindo chão afora, sem que a consigamos mais apanhar.
E a culpa de quem é?
Da vida- claro!?
Como se não fizéssemos parte do seu espaço geo-temporal.
Pior... como se não fizéssemos parte – integrante - dela!
Acabamos de retirar da bandeja da vida o amor e a felicidade.
Mas o que é da amizade sem estes sentimentos?
Zero, como diria alguém que conheço.
Nada, portuguesmente falando.
E a culpa é da vida?
Não, a culpa é do superlativo grau de exigência que colocamos em nós, nos outros, em vez de aproveitarmos o que a vida – generosamente – nos oferece.
E o certo é que – nem dado – o queremos.

Vá lá... é oferta, aproveitemos.


Texto de autoria de Lurdes Mesquita Babo.

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