A tua melhor companhia.

Como é possível te sentires só, quando estás ladeada de tanta gente?
Daquela sempre pronta para a loucura do dia a dia;
Daquela sempre disponível para um saída à noite;
Daquela sempre pronta para um cafézinho;
Daquela sempre pronta para jogar conversa fora.
Mas ainda assim, como ousas sentir dentro do peito a negrura da solidão?
Ainda assim, como sentes nele cravada a dor do abandono?
Eu sei.
Não estão lá quando – verdadeiramente - precisas.
E tu que só querias que te escutassem.
E tu que só querias um abraço por companhia.
Se fosse bem forte era melhor, mas até aceitavas o esboço de um.
Ou até davas de barato que ficassem ao teu lado, naquele momento, em silêncio absoluto.
Ó desculpa amiga(?), mas vou trabalhar.
Mentira.
Está de folga.
Amiga(?) desculpa mesmo, mas já tenho algo combinado.
Mentira.
Apenas não lhe apetece, não está para aí virada.
Ó pá, que chatice, logo hoje amiga não me dá jeito algum. Não te lembras? Vou jantar com aquele rapaz que conheci ontem no facebook.
Claro, bem mais importante que a vossa longínqua amizade(?).
Que chatice!
Sinto-me mesmo mal, amiga. Desculpa, mas não dá mesmo. Que pena.
Mentira.
Claro que dá.
Mas não é festa, não é saída, nem cafézinho.
Por isso, a vida é feita de muitos momentos de solidão,
em que és TU quem tens de lhe tomar as rédeas;
em que és TU quem tem de resolver – sozinha – os teus problemas.
Em que tens de contar com a tua melhor companhia:
- Tu.
Acredita.        



Texto de autoria de Lurdes Mesquita Babo

Comentários

Mensagens populares